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Haddad anuncia pacote fiscal, mas mercado reage com alta recorde do dólar

Propostas de ajuste geram incertezas e críticas, enquanto investidores questionam postura do Banco Central

29/11/2024 às 10h56
Por: VV8 REDAÇÃO
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Foto: oédson Alves/Agência Brasil
Foto: oédson Alves/Agência Brasil

Na noite de quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou em rede nacional as medidas do pacote fiscal que visam tentar recuperar as finanças do país. Entre as propostas estão novas regras para o reajuste do salário mínimo, a concessão de abono salarial apenas para quem ganha até R$ 2.640, e a fixação de uma idade mínima para a entrada de militares na reserva. O governo estima que as medidas resultem em uma economia de R$ 71,9 bilhões em dois anos e R$ 327 bilhões até 2030.

No entanto, o mercado reagiu negativamente, principalmente com o anúncio de que o governo pretende expandir a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000 por mês a partir de 2026, uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo analistas, embora o tamanho do pacote fiscal tenha ficado dentro das expectativas, a proposta de reforma do IR, anunciada de forma simultânea, enfraqueceu a reação positiva que o governo esperava.

O governo defende que a expansão da isenção será financiada pela cobrança de impostos mais altos para quem recebe acima de R$ 50 mil por mês e pela limitação da isenção de IR para aposentados com graves problemas de saúde que ganham mais de R$ 20 mil mensais. No entanto, as declarações de Haddad não conseguiram aliviar o mal-estar entre investidores.

A reação do mercado foi imediata. Às 13h13 de quinta-feira, o dólar à vista alcançou seu maior valor histórico, chegando a R$ 6,0040, uma alta de 1,52%. Alexandre Espírito Santo, economista da Way Investimentos, resumiu o sentimento do mercado: “O pacote foi uma ducha de água fria. O mercado esperou três semanas por um pacote de ajuste fiscal, e quando finalmente veio, era algo dúbio e sem clareza.”

Apesar da alta do dólar, o Banco Central manteve-se afastado do mercado. Não foi anunciado nenhum leilão extra de dólares ou de swaps cambiais, o que gerou questionamentos sobre a estratégia do BC diante da volatilidade da moeda. “Sinceramente, para que serve a reserva cambial? Reserva serve para momentos adversos. E este momento é adverso”, afirmou Espírito Santo, criticando a postura da autoridade monetária.

O BC ainda não se pronunciou sobre o motivo de não ter atuado para conter a alta do câmbio, e o cenário de incerteza segue preocupado o mercado financeiro. No exterior, o feriado nos Estados Unidos contribuiu para a redução da liquidez no mercado de moedas. Às 17h53, o índice do dólar, que mede a força da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, apresentou uma leve alta de 0,05%, alcançando 106,160 pontos. 

A crise financeira brasileira se agrava, e as incertezas sobre as ações do governo, juntamente com a ausência de intervenções do Banco Central, deixam o país mais vulnerável a um cenário econômico ainda mais desafiador.

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