O governo brasileiro confirmou a presença de sua embaixadora em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, na posse de Nicolás Maduro, marcada para esta sexta-feira (10). A decisão foi tomada após a liberação da líder opositora María Corina Machado, cuja prisão foi negada pelo regime venezuelano.
A participação do Brasil, definida como de “baixo perfil”, simboliza um distanciamento diplomático, sem interlocução direta com o alto escalão de Maduro. A posição brasileira segue o exemplo de países como Colômbia, que também enviará um representante diplomático.
Essa postura reflete o esfriamento das relações entre os dois países, agravado após o Brasil vetar a entrada da Venezuela nos BRICS e não reconhecer as eleições presidenciais de 28 de julho devido à ausência de transparência nos resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Nicolás Maduro inicia seu terceiro mandato em meio a forte contestação internacional e denúncias de fraude eleitoral. O CNE afirmou que Maduro obteve mais de 50% dos votos, mas nunca apresentou as atas eleitorais que detalham a apuração.
Por outro lado, a oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, divulgou atas que apontariam vitória do candidato opositor Edmundo González com cerca de 70% dos votos. González foi impedido de se candidatar e enfrenta acusações de "usurpação de funções do poder eleitoral", sendo forçado a pedir asilo na Espanha após perseguição judicial.
Além disso, o pleito foi marcado por violência e repressão. Segundo organizações de direitos humanos, mais de 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram durante o período eleitoral.
A decisão brasileira de manter um representante na posse, apesar das críticas ao processo eleitoral, demonstra a tentativa de equilibrar relações protocolares sem endossar plenamente o regime de Maduro.
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