O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou que Jair Bolsonaro (PL) é a única alternativa viável para a direita derrotar a esquerda nas eleições presidenciais de 2026. Em entrevista ao jornalista Cláudio Costa, Zema afirmou que espera que Bolsonaro consiga reverter sua inelegibilidade, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
"Eu espero que ele vença essa batalha. Não há, segundo as próprias pesquisas, nenhum nome que supere o dele com chances de ganhar da esquerda", declarou o governador.
Bolsonaro, por sua vez, tem apostado no Congresso Nacional como a via mais viável para recuperar seus direitos políticos, afirmando que a Câmara e o Senado são "o caminho para quase tudo". No entanto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, avaliou que a reversão da inelegibilidade do ex-presidente "é muito difícil".
Caso Bolsonaro não consiga reverter a decisão, Zema alertou para a dificuldade de unir a direita em torno de outro nome. "Me parece que não é algo fácil devido a questões partidárias, de ego, mas que se tente pelo menos, que se trabalhe e que ele [Bolsonaro] também venha a apoiar", afirmou.
Durante a entrevista, Zema também atacou o Partido dos Trabalhadores (PT), relembrando a gestão do ex-governador Fernando Pimentel (PT) em Minas Gerais. Ele acusou a administração petista de ter prejudicado servidores públicos ao descontar empréstimos consignados sem repassar os valores às instituições financeiras.
“Herdei um estado arrasado, administrado pelo PT, que cometeu barbaridades. Entre 2017 e 2018, 240 mil servidores públicos tiveram seus nomes incluídos no SPC porque o governo descontava empréstimos consignados, mas não repassava às instituições financeiras. Isso, pelo que sei, é apropriação indébita, mas nada aconteceu”, criticou.
Apesar das críticas ao governo Lula, Zema admitiu considerar a adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que revisa os termos das dívidas estaduais com a União. Minas Gerais tem uma dívida pública de R$ 165 bilhões.
“Deu-se algo, mas tirou-se outra coisa. Precisamos de soluções reais, mas, de toda forma, a redução de juros no longo prazo pode nos levar a aderir ao Propag”, concluiu.
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