A Prefeitura de Valinhos decidiu revogar a obrigatoriedade do Cartão Cidadão para o acesso aos serviços municipais. A medida foi oficializada pelo Decreto nº 12.456/25 e, de acordo com o Poder Público Municipal, tem como objetivo simplificar o atendimento à população, removendo um requisito que dificultava o acesso aos serviços públicos.
O documento foi criado para ser uma espécia de "passaporte municipal", para garantir aos residentes em Valinhos o acesso a serviços oferecidos no Município, por meio da Prefeitura. De uso pessoal e intransferível, foi criado para que o Poder Público Municipal possa conhecer melhor cada cidadão residente, a fim de melhorar o seu dia a dia nas buscas pelos serviços públicos da cidade, podendo estruturar e planejar com mais eficiência o orçamento público e, ainda, conta com banco de dados que é direcionado ao desenvolvimento de políticas públicas que enfocam a qualidade de vida do morador.
O que o povo pensa
A decisão gerou críticas entre os moradores. Em matéria divulgada pelo Jornal Terceira Visão, os moradores questionam o destino dos recursos públicos investidos no sistema. “Por que gastar tanto na implementação de um programa sem planejamento de longo prazo?”, questiona João Ferreira, morador do Jardim Paraíso. Outras pessoas também expressam descontentamento com a interrupção do projeto. “Como um projeto pode ser abandonado tão rapidamente, desperdiçando verbas que poderiam ser usadas em áreas essenciais?”, indaga Maria Antunes, aposentada.
A justificativa da Prefeitura para a revogação do Cartão Cidadão se baseia na baixa adesão ao programa. Em dois anos de implementação, apenas 20 mil cartões foram emitidos, representando menos de 20% da população. Além disso, a falta de integração entre as secretarias municipais comprometeu a eficácia do sistema. “Se não houve planejamento adequado, quem será responsabilizado por esse desperdício?”, questiona Beatriz Oliveira, professora.
Com a revogação, os cidadãos poderão ser atendidos diretamente nos postos de serviço, sem a necessidade do Cartão Cidadão ou do Cadastro Único do Cidadão (CUC). Apesar da simplificação, muitos consideram a mudança mais um exemplo da falta de continuidade nos projetos da administração. “Quantos outros programas serão lançados e depois abandonados sem um planejamento claro?”, lamenta Ricardo Souza, comerciante.
A população, em geral, expressa preocupação com a frequência com que projetos públicos são descontinuados. “No final, somos nós, os contribuintes, que pagamos a conta”, conclui Eduardo Camargo, do bairro Bom Retiro.
Mín. 18° Máx. 28°