Nesta quinta-feira (20), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) formalizou um pedido de licença da Câmara dos Deputados por 122 dias, justificando a necessidade de se mudar para os Estados Unidos. De acordo com a assessoria da Casa, o parlamentar solicitou 2 dias de licença médica e mais 120 dias por “interesse particular”. O pedido foi aprovado, e o perfil de Eduardo no site da Câmara já foi atualizado com a indicação de que ele “não está em exercício”.
Com a licença superior a 120 dias, o regimento interno da Câmara determina que um suplente deve assumir o cargo. Quem ocupará a vaga temporariamente é o Missionário José Olímpio (PL-SP), segundo candidato mais votado pelo PL nas eleições de 2022 em São Paulo. O primeiro suplente, Adilson Barroso (PL-SP), já está exercendo mandato na Câmara após a licença de Guilherme Derrite, atual secretário da Segurança Pública no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Em comunicado, a assessoria da Câmara informou: “O deputado Eduardo Bolsonaro apresentou, às 18h30 desta quinta-feira (20/3), pedido de licença para tratamento de saúde por 2 dias, somado a licença para tratar de interesse particular por 120 dias – o que totaliza 122 dias. Tendo em vista que os afastamentos superam 120 dias, o suplente será convocado”.
A decisão de Eduardo ocorre em um momento delicado para a família Bolsonaro. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai do deputado, enfrenta um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe. Embora Eduardo não esteja entre os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito, ele tem sido alvo de críticas e investigações relacionadas a supostos ataques à democracia.
Na terça-feira (18), Eduardo anunciou publicamente que deixaria o cargo temporariamente para morar nos Estados Unidos, alegando “perseguição política” no Brasil. Ele também criticou duramente o ministro do STF Alexandre de Moraes, chamando-o de “psicopata” e afirmando que não há mais liberdade de expressão no país.
– Não tem a mínima possibilidade de voltar ao Brasil. O Brasil já não é mais um local seguro para se fazer oposição, não há liberdade de expressão. E o Alexandre de Moraes, como a gente sabe, é um psicopata – declarou Eduardo em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, da revista Oeste, na quarta-feira (19).
Apesar das declarações contundentes, o ministro Alexandre de Moraes arquivou um pedido do PT para investigar e apreender o passaporte de Eduardo, descartando a hipótese de suposto atentado à soberania nacional.
A licença de Eduardo Bolsonaro reacende o debate sobre a polarização política no Brasil e a relação entre o Judiciário e os representantes da oposição. Enquanto seus apoiadores veem a decisão como uma medida necessária diante de um cenário de suposta perseguição, críticos do governo Bolsonaro questionam as motivações do deputado e o impacto de sua ausência no Congresso.
Com a mudança para os EUA, Eduardo se junta a outros aliados de Jair Bolsonaro que têm buscado refúgio no exterior, alegando falta de segurança política no Brasil. Enquanto isso, o PL segue fortalecendo sua bancada na Câmara, com a entrada de novos suplentes que devem garantir a continuidade da agenda conservadora no Legislativo.
Mín. 18° Máx. 27°