Motta bloqueia perfil de associação que pressiona por anistia a manifestantes de 8 de janeiro

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), bloqueou no Instagram o perfil da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro (Asfav), grupo que defende a anistia aos manifestantes presos após os protestos de 2023. Procurado pela reportagem, o parlamentar não se pronunciou sobre o motivo da ação. Apesar do bloqueio, o perfil da entidade permanece ativo.

A Asfat tem cobrado insistentemente que Motta cumpra sua promessa de pautar o Projeto de Lei (PL) que trata da anistia aos envolvidos nos atos. A proposta já reúne votos suficientes para ser levada ao plenário em regime de urgência, mas depende exclusivamente da decisão do presidente da Casa.

 

 

 

 

 

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Motta se afasta da oposição e se aproxima do governo Lula

Antes de assumir interinamente o comando da Câmara no lugar de Arthur Lira (PP-AL), Motta havia se comprometido com a bancada bolsonarista em colocar o projeto em votação. No entanto, nos últimos meses, o parlamentar paraibano tem se alinhado cada vez mais ao Palácio do Planalto, gerando frustração entre seus antigos aliados.

A resistência em pautar a proposta reforça suspeitas de que Motta estaria priorizando sua relação com o governo Lula em detrimento de demandas da oposição. O tema é sensível para o PT, que defende a punição dos envolvidos no 8 de janeiro, enquanto bolsonaristas argumentam que muitos manifestantes foram presos de forma arbitrária.

O que diz o projeto e por que a votação está travada

O PL em discussão busca garantir anistia ampla aos acusados pelos protestos, exceto nos casos em que houve dano ao patrimônio público ou violência comprovada. A proposta divide opiniões:

• Apoiadores alegam que muitos manifestantes foram criminalizados sem provas concretas.

• Críticos, incluindo o governo, argumentam que a medida poderia incentivar novos atos de desacato.

Com a postura evasiva de Motta, a tensão tende a aumentar no Congresso. Enquanto isso, familiares dos presos prometem manter a pressão por meio de mobilizações públicas e ações judiciais.

Próximos passos:

• A Asfat deve recorrer ao Judiciário caso a Câmara não avance com a pauta.

• Bancada bolsonarista avalia medidas para forçar a votação, incluindo obstrução de outras matérias.

• Governo Lula trabalha nos bastidores para evitar que o projeto seja aprovado.