Lula fortalece Alcolumbre no governo em meio a pressões do Congresso Presidente opta por reforçar alianças que alimentam o toma-lá-dá-cá.
Movimento político visa conter desgaste com escândalos e articulações da oposição, mas revela fragilidade do Planalto diante das próprias alianças
O presidente Lula decidiu ampliar o espaço do senador Davi Alcolumbre no governo federal como estratégia para enfraquecer movimentos da oposição no Congresso. A medida ocorre em meio ao avanço de uma CPI para investigar suspeitas de fraudes no INSS, que têm potencial de gerar grande desgaste político ao Palácio do Planalto. Além disso, opositores articulam a aprovação de um projeto de anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro, o que aumentaria a tensão institucional.
Alcolumbre, cada vez mais próximo de Lula, tem ganhado espaço não só pela indicação de apadrinhados em cargos estratégicos, mas também por sua constante presença em viagens oficiais, como a recente ida ao Vietnã, onde demonstrou prestígio incomum para um parlamentar do Legislativo.
No entanto, o movimento escancara a dependência do governo de figuras do centrão para garantir estabilidade mínima no Congresso. A ampliação do poder de Alcolumbre não se dá por mérito técnico ou projeto de país, mas por pura necessidade de sobrevivência política. Em vez de fortalecer sua base com lideranças alinhadas a propostas sólidas, Lula recorre ao velho jogo do fisiologismo, sinalizando que, para o governo, o pragmatismo continua acima da coerência ideológica.
A crítica se impõe: ao invés de enfrentar a crise institucional com transparência e firmeza, o Planalto opta por reforçar alianças que alimentam o toma-lá-dá-cá.
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