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Zambelli promete se entregar na Itália, mas só se Brasil formalizar pedido de extradição

Deputada bolsonarista joga processo de extradição para longo prazo enquanto base aliada critica “perseguição” do STF

11/06/2025 às 09h57
Por: VV8 REDAÇÃO Fonte: G1, Leo Dias
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Paulo Sergio/Câmara dos Deputados
Paulo Sergio/Câmara dos Deputados

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), foragida na Itália desde maio, declarou ao G1 que se apresentará às autoridades italianas caso o pedido formal de extradição seja efetivado pelo governo brasileiro. A afirmação ocorre após sua inclusão na lista vermelha da Interpol, que autoriza prisão imediata em qualquer país membro. No entanto, especialistas apontam que a estratégia da parlamentar visa prolongar ao máximo o processo, que pode se arrastar por até 18 meses.

O jogo político por trás da extradição

Enquanto o Ministério da Justiça aguarda comunicação oficial do STF para iniciar os trâmites, a base bolsonarista intensifica críticas ao que chama de "teatro judicial". Parlamentares do PL acusam o ministro Alexandre de Moraes de acelerar o caso Zambelli enquanto ignora processos contra figuras petistas. "Há dois pesos e duas medidas. Onde está a mesma celeridade para investigar os escândalos do governo Lula?", questionou um deputado da oposição.

A possibilidade de Zambelli cumprir pena na Itália - prevista em tratados bilaterais - é vista como uma manobra para evitar o cárcere no Brasil. Juristas lembram que, mesmo que a extradição seja aprovada, a deputada pode recorrer em até três instâncias na Justiça italiana, o que adiaria significativamente seu retorno.

Aposta arriscada na relação Brasil-Itália

Apesar da expectativa inicial de que a primeira-ministra Giorgia Meloni - aliada ideológica de Bolsonaro - pudesse intervir, analistas consideram improvável que o governo italiano arrisque sua reputação internacional para proteger a parlamentar. "A Itália não vai colocar em risco acordos de cooperação jurídica por um caso isolado, mesmo com a afinidade política", explicou um diplomata europeu ouvido sob condição de anonimato.

Do lado brasileiro, o Planalto monitora o caso com cautela. Líderes governistas pressionam a Mesa Diretora da Câmara para protocolar a cassação do mandato de Zambelli, mas enfrentam resistência de Hugo Motta (Republicanos-PB), que insiste em levar a decisão ao plenário.

O custo político da fuga

Enquanto Zambelli posta vídeos nas redes sociais como se estivesse em "exílio político", setores da direita começam a questionar a coerência da deputada, que durante anos defendeu o "combate à bandidagem". "Fugir da Justiça não é atitude de quem pregava lei e ordem", criticou um ex-aliado em grupos internos do PL.

Com o processo judicial já transitado em julgado e a condenação a 10 anos de prisão confirmada, a única esperança da parlamentar reside na demora burocrática da extradição. Enquanto isso, o caso se transforma em mais um capítulo da guerra institucional entre o Judiciário e a ala bolsonarista do Congresso - com o contribuinte brasileiro pagando a conta.

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