A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (13), em Recife, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto (PL). Ele é acusado de tentar facilitar a emissão de um passaporte português para o tenente‑coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, alvo do “inquérito do golpe” no STF. A iniciativa, autorizada pelo Supremo, também incluiu busca e apreensão de dispositivos eletrônicos do ex-ministro.
As investigações da PF e da Procuradoria‑Geral da República (PGR) apontam que, em 12 de maio de 2025, Machado teria se dirigido ao Consulado de Portugal no Recife para acelerar a emissão do passaporte em nome de Cid, supostamente visando facilitar sua saída do Brasil e evadecer as medidas cautelares a que está submetido. Segundo o STF, o pedido foi instruído pela PGR, que considerou fundamentada a suspeita de tentativa de fuga.
Na véspera da prisão Gilson Machado esteve ao lado do ex-presidente Bolsonaro em agenda política por Natal (RN). Ao retornar de carro na noite de quinta-feira (12), se dirigiu diretamente a Recife, onde foi surpreendido pela operação nesta sexta.
Figura conhecida pela atuação pública e musical — chegou a participar de lives vestindo a sanfona — Machado comandou a Embratur entre 2019–2020 e 2022–2023 e tentou, sem sucesso, o Senado em 2022 e a prefeitura do Recife em 2024. Ele negou veementemente as acusações, alegando que apenas buscou renovar o passaporte do pai junto ao consulado português.
Desdobramentos e consequências jurídicas
Na operação a PF apreendeu aparelhos eletrônicos de Machado e autorizou a quebra de sigilos telefônicos e telemáticos referentes ao primeiro semestre de 2025. O processo visa aprofundar a investigação sobre possível auxílio à fuga de Cid, atualmente monitorado por tornozeleira eletrônica. Cid também foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta manhã, com previsão de depoimento às 11 h, conforme registro da PF.
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