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AGU celebra decisão de Moraes como vitória da separação de poderes, mas STF paralisa tanto aumento de impostos quanto vontade do Congresso

Governo Lula comemora intervenção judicial que anula decisão democrática do Legislativo, enquanto oposição critica ativismo do Supremo

04/07/2025 às 13h34
Por: VV8 REDAÇÃO Fonte: Gazeta do Povo
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Daniel Estevão/AscomAGU
Daniel Estevão/AscomAGU

O ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), elogiou publicamente a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu o decreto legislativo que derrubou o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). No entanto, a medida também bloqueou temporariamente o próprio decreto do governo Lula, que buscava elevar a tributação sem aprovação do Congresso.

STF assume papel de mediador em conflito entre Executivo e Legislativo

A decisão de Moraes foi interpretada pela AGU como uma defesa da "separação dos Poderes", mas analistas políticos alertam que, na prática, o Judiciário está interferindo em uma disputa que deveria ser resolvida no campo político. O Congresso havia derrubado o aumento do IOF com ampla maioria (383 votos na Câmara e apoio unânime no Senado), em uma rara demonstração de força contra o Planalto.

Messias, que havia ingressado com uma ação no STF para questionar a legitimidade da decisão do Legislativo, afirmou que "a democracia exige que os Poderes atuem de maneira independente". No entanto, sua fala foi vista como contraditória, já que a AGU recorreu ao Judiciário justamente para anular uma decisão tomada dentro da competência constitucional do Congresso.

Governo Lula evita derrota política graças à intervenção do STF

Apesar de Moraes ter suspendido tanto o decreto presidencial quanto a revogação feita pelo Congresso, a decisão beneficia indiretamente o governo Lula, que agora terá tempo para negociar com os parlamentares antes de uma definição final. O ministro Messias afirmou que o Executivo está aberto ao diálogo, mas a postura da AGU revela uma estratégia de judicializar conflitos sempre que o Planalto enfrenta resistência no Legislativo.

A audiência de conciliação marcada para 15 de julho contará com representantes da Presidência, do Congresso e do Ministério Público. Enquanto isso, a medida cautelar de Moraes mantém o status quo, impedindo que a vontade da maioria dos parlamentares seja implementada.

Oposição acusa STF de proteger agenda tributária do governo

Líderes da oposição criticaram a decisão, argumentando que o STF mais uma vez atuou para blindar o governo Lula de uma derrota política significativa. O PL, partido que originalmente questionou o aumento do IOF no Supremo, classificou a medida como "ativismo judicial disfarçado de neutralidade".

O episódio reacende o debate sobre o excesso de interferência do Judiciário em decisões que deveriam ser tomadas pelos representantes eleitos pelo povo. Enquanto a AGU comemora a "harmonia entre os Poderes", congressistas afirmam que a verdadeira mensagem da decisão é clara: o STF não tolerará que o Legislativo desafie o Executivo, mesmo quando agindo dentro de suas atribuições constitucionais.

Agora, a pressão recai sobre o Congresso, que terá de decidir se aceita negociar com o governo ou se endurecerá sua posição, aumentando ainda mais o conflito institucional. Enquanto isso, o contribuinte brasileiro segue refém de uma guerra política que, mais uma vez, se desloca para as mãos do Supremo.

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