O Partido dos Trabalhadores (PT) gastou R$ 189,5 mil para impulsionar vídeos e posts nas redes sociais atacando deputados e senadores que votaram contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A estratégia digital, que inclui produções com inteligência artificial, visa mobilizar a militância de esquerda contra o Congresso após uma rara derrota do governo Lula no Legislativo.
Militância virtual e invasão a bancos: a estratégia de pressão do PT
Os vídeos impulsionados pelo PT, que já ultrapassaram um milhão de visualizações cada, repetem o discurso de que é necessário "taxar os super-ricos" para financiar programas sociais, como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. A campanha mais cara, orçada em R$ 90 mil, carrega o slogan "Quem tem mais paga mais", enquanto outros materiais atacam nominalmente o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acusando-o de trair a pauta progressista.
A investida digital coincidiu com ações mais agressivas da militância, como a invasão ao Banco Itaú em São Paulo por grupos como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a Frente Povo Sem Medo. Ambos os movimentos são aliados históricos do PT e repetem o mesmo discurso de "taxação dos bilionários" veiculado nos vídeos patrocinados pelo partido.
Inteligência artificial e narrativa seletiva: a manipulação por trás dos vídeos
Um dos vídeos produzidos com IA mostra personagens caricatos representando parlamentares, sugerindo que eles "protegem os ricos e aumentam impostos para o povo". A narrativa ignora, porém, que o Congresso derrubou justamente um aumento de tributos proposto pelo governo Lula – um ato raro, que não acontecia desde o governo Collor.
A foto mais compartilhada, que custou R$ 30 mil em impulsionamento, mostra Lula ao lado do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), segurando um cartaz com os dizeres "Taxação dos Super-Ricos". A imagem, claramente encenada para viralizar, foi publicada dias após a humilhante derrota do Planalto no Congresso.
Base aliada trai Lula, e PT recorre ao ativismo digital para retaliar
A campanha agressiva é uma resposta direta à revogação do decreto do IOF, aprovada por 383 votos na Câmara – incluindo parlamentares da base governista. Hugo Motta, alvo preferencial dos ataques, foi acusado de "quebrar acordo" com o governo, mas a ampla adesão à proposta revela o descontentamento até mesmo entre aliados com a política tributária de Lula.
Enquanto o PT gasta quase R$ 200 mil para bombardear as redes com propaganda ideológica, líderes partidários no Congresso sinalizam abertura para retomar o diálogo. A estratégia, porém, deixa claro que o Planalto prefere mobilizar a militância e pressionar o Judiciário (como no caso da intervenção de Moraes) a negociar de forma democrática com o Legislativo.
Conclusão: governo usa dinheiro público e militância para contornar derrotas democráticas
A campanha digital do PT evidencia um padrão preocupante: sempre que perde no voto parlamentar, o governo Lula recorre a táticas de intimidação – seja judicialmente, com o STF anulando decisões do Congresso, seja nas ruas, com invasões a bancos, ou nas redes sociais, com narrativas distorcidas financiadas por verba partidária.
Enquanto isso, o contribuinte brasileiro paga a conta duas vezes: primeiro, com a ameaça de mais impostos; depois, com o uso de recursos públicos e partidários para convencê-lo de que "taxar os ricos" é a solução – mesmo quando o Congresso, representante legítimo da população, rejeita a medida. A pergunta que fica é: se a pauta é tão popular, por que o PT precisa gastar fortunas para vendê-la artificialmente?
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